Por Ana Rocha*
Vivemos a nível mundial um aprofundamento da crise estrutural do capitalismo que vem aumentando o fosso entre uma elite cada vez mais rica e milhares de desempregados e trabalhadores precarizados, sem direitos, os chamados descartáveis da sociedade. A financeirização da economia, a falta de investimento na produção, a redução do papel do estado na economia e nas políticas públicas, tem acentuado a
exclusão social.
É nesse contexto, que os donos do capital tentam se aproveitar do trabalho gratuito de cuidado das mulheres. Sem investimento em educação e saúde, com o desmonte das políticas públicas de gênero, os governantes de extrema direita acentuam seu discurso conservado apregoando o papel da mulher de Bela, Recatada e do Lar. Isso fica evidente no deboche do atual presidente ao dizer que o Presidente da França tinha inveja de sua jovem e bela mulher, nos discursos patéticos da ministra Damares, de que a mulher deve vestir rosa e os homens azul, apenas para citar alguns exemplos.. A falta de orçamento para as políticas de gênero, a retirada da palavra gênero dos currículos escolares, o retrocesso em leis no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, o desmonte dos organismos de políticas para as mulheres , compõem um cenário de ofensiva contra as conquistas das mulheres. Chama atenção a escalada da violencia contra as mulheres e seus filhos, sobretudo da população negra. O índice de feminicidio cresce assustadoramente.
Se a elite conservadora quer retirar as mulheres do espaço público, confina-las ao lar, sobrecarrega-las com os cuidados, dificultar sua luta libertária, nosso caminho é in verso. Queremos recolocar seu lugar público, de luta, onde ela quiser. O PCdoB sabe que sem as mulheres não há avanço. Trazer as mulheres para o PCdoB hoje é um desafio revolucionário e necessário. O PCdoB tem na sua trajetória a luta pelo reconhecimento estratégico da emancipação feminina, no entrelaçamento classe, gênero e raça.. Não é a toa o destaque de suas lideranças femininas, no partido, no parlamento nas organizações sociais.
Acaba de ser convocada a 3ª Conferêcia Nacional do PCdoB sobre a Emacipação da Mulher. Dela participarão homens e mulheres comunistas para avaliar a crise estrutural do capitalismo, o novo cliclo político e seu impacto para as mulheres, bem como a adequaçao de sua ação nesse novo contexto. A defesa da democracia é o eixo central de nossa luta, contribuindo para a construção da Frente Ampla., contra o fascismo e a onda conservadora. Combater a subrepresentação feminina nos espaços de poder e decisão.. Estimular e garantir a presença das mulheres nas direções e ao mesmo tempo estimular candidaturas de mulheres para reforçar o projeto eleitoral do PCdoB. Combater as desigualdades no âmbito do trabalho, combater a violência de gênero. Lutar pela educação de qualidade com inclusão da questão de gênero. Defender os direitos sexuais e reprodutivos e uma saúde integral para as mulheres, fortalecer o SUS.. Elevar o papel da UBM entre as mulheres, ouvindo seus problemas cotidianos, e estimulando projetos concretos que ofereçam perspectiva. Defender políticas públicas de gênero, resistir ao desmonte dos organismos de políticas para as mulheres.. Travar a luta de idéias visando aprofundar o entendimento do capitalismo em crise, reforçando o entrelaçamento de classe , gênero e raça, numa perspectiva transformadora, visando outro sistema social , sem opressão e desigualdades. Integrar as mulheres oriundas do PPL.
Mais mulheres na política é a resposta que podemos dar aos conservadores... filiar mais mulheres ao PCdoB também, mais candidatas e mais mulheres na direção partidária é valorizar o papel protagonista das mulheres como sujeito de sua vida e da história libertária da sociedade.
Assim que, reforçar a democracia é reforçar a presença das mulheres nos espaços de poder e decisão, é reforçar as candidaturaas mulheres, é participar ativamente da 3a Conferência sobre a Emancipação da Mulher, debatendo seu documento base, realizando plenárias municipais e mobilizando para a Plenária Estadual que ocorrerá dia 14 de fevereiro na ALERJ,
Essa onda conservadora, expressa o retrocesso da sociedade.
*Ana Rocha é Secretária Estadual da Mulher PCdoB-RJ
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